quinta-feira, 31 de março de 2011

Um Ponto de Vista
Por Ju Marconato


Venho aqui compartilhar um ponto de vista sobre nossa arte, minha forma atual de entender as coisas.

Não pretendo convencer ninguém a nada, nem estar com a verdade, nem brigar por nenhuma opinião, pois as vezes o que é bom para mim pode não ser bom para o outro, nem todos gostam apenas do vermelho ou do amarelo, a vida é feita de escolhas.
 
O problema está quando achamos que somente nosso ponto de vista é verdadeiro aceitável e, nos irritamos, criticamos pessoas que agem e pensam diferente do que considerávamos “correto”.
 
Cada um dá o que tem e faz o que pode, dentro do seu atual conhecimento e capacidade.
 
Bem, voltando à dança, agora pergunto: Onde você quer chegar???
Naturalmente muitas responderiam: quero dominar os movimentos executá-los com perfeição, realizar uma leitura musical adequada, dançar como minha professora, ou como fulana, dar aula, ser famosa etc...
 
Muitas vezes ficamos ansiosas na busca de reconhecimento, aceitação e amor. Esperamos que outras pessoas façam o que cabe primeiramente a cada um de nós fazer: animar-se e respeitar-se. Isso é preciso vir de dentro para fora, nunca de fora para dentro.
 
Quando estamos distantes de nossa Alma nos conectamos com o nosso Ego. Assim começamos a nos comparar com outras bailarinas e colegas de sala, começamos inconscientemente ou conscientemente a competir, a criticar, apontar e enxergar apenas os problemas das pessoas.
Espere um pouco onde esta sua Alma nisso tudo? Seu coração? Onde esta sua entrega? A beleza da arte tomando forma em movimentos?
 
Quando estamos conectados com a nossa essência com o que temos mais puro dentro de nós, nossa Alma se expande. 
Eliminamos tempo e espaço e o movimento da dança torna-se único, insubstituível, mágico e contagiante.
 
Quando nos conectamos com nossa sincera bondade e alegria, nos tornamos um canal para que as outras pessoas possam sentir isso também.
Não é apenas um momento de exibição é uma troca de energias.
 
Em muitos momentos entrar para dançar é como se estivéssemos em uma guerra, entrando na boca dos leões. É como se estivéssemos ali para sermos aprovadas ou não, para os outros se convencerem ou comentarem se somos boas ou não. Isso é muito desgastante, perdemos energia dessa forma.
 
Se ao invés disso pensarmos: estou aqui para servir! Eu acredito que todo artista deve ter a capacidade de curvar-se a seu publico e servir! Com nobreza e sensibilidade precisamos servir! Assim nos retiramos do difícil para ser o máximo e encontramos a felicidade ao dançar.
 
Certa vez perguntaram a uma aluna minha: “Onde você pretende chegar com a dança?”... Ela sabiamente respondeu: “preciso chegar dentro de mim, me sentir mais bela e encontrar o auto-conhecimento”. Dançar com a alma realmente torna nossa vida mais iluminada! Nossa alma naturalmente sorri, naturalmente sabe aplaudir o sucesso e a beleza do outro. Para nossa alma dançar é uma manifestação natural de alegria e gratidão!
 
É isso que desejo do fundo do meu coração para minhas alunas, para você que dança profissionalmente, para você que dança é um hobby saudável, para você que ama a arte e belo.

Desejo amor e consciência à todas praticantes da contagiante Dança do Ventre.


Ju Marconato é formada em fisioterapia e atualmente integra o quadro de Bailarinas Noites no Harém da Khan el Khalili.

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