domingo, 8 de abril de 2012

As Dançarinas do Cairo - Les Danseuses du Caire

Excelente documentário...
As dançarinas do Cairo:
Elas sonham com turistas de todo o mundo.
Sensuais, envolventes as dançarinas de dança do ventre são um símbolo da cultura oriental.
No entanto, nos últimos anos no Egito, elas são rejeitadas pela sociedade.
Em uma sociedade onde o islamismo radical está progredindo. A arte da dança mostrando a barriga tornou-se motivo de grande provocação.
Haifa (egipcia) e a Diana (Americana) ,são forçados a viver a sua arte em segredo. Uma reportagem de Stephanie Davoigneau, Carole Greco.

Whatever Lola Wants - Filme Completo

Lindo filme...
Lola (Laura Ramsey) vive em Nova York, onde trabalha no Correio. Ela sonha em se tornar dançarina. Seu amigo Yussef (Achmed Akkabi) a fará descobrir a história de Ismahan (Carmen Lebbos), a lendária dançarina egípcia. A partir de então o projeto de vida de Lola é tornar-se uma bailarina tão fascinante quanto Ismahan. Mas este projeto é capaz de superar todos os obstáculos, inclusive aqueles ocasionados por uma desilusão amorosa?

Elenco:

Laura Ramsey ... Lola
Assaad Bouab ... Zack
Carmen Lebbos ... Ismahan
Achmed Akkabi ... Yussef
Milia Ayache ... Yasmine

Ficha Técnica

Título Original: Whatever Lola Wants
País de Origem: Canadá, França
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 1:54:49
Áudio: Inglês
Legenda: Português BR
Ano de Lançamento: 2008 (na França)
Direção: Nabil Ayouch

sábado, 7 de abril de 2012


Glossário da dança do Ventre - Bailarina Suheil




"Foram ANOS de estudo e pesquisa em diversas regiões e até países distintos, muita conversa entre colegas professoras, muitas adaptações e traduções e muito esforço entusiástico até chegar a este resultado...


Espero poder contribuir de forma positiva com esta arte a qual dediquei minha vida!


É para você bailarina, professora ou estudante, amadora ou profissional, que abro as páginas deste trabalho com toda minha dedicação. Espero que assim você também o receba: com mente e coração abertos.

Baixe gratuitamente o seu Glossário: http://bailarinasuheil.blogspot.com.br/2012/04/download-seu-glossario-da-danca-do.html#.T38clX184iU.facebook 


GLOSSÁRIO DA DANÇA DO VENTRE
- A nomenclatura técnica para esta arte milenar -



Por favor compartilhe esta informação!
Esta obra têm o intuito único de nos unir numa mesma linguagem.

*Trabalho registrado no Ministério da Cultura, Fundação Biblioteca Nacional, Escritório de direitos autorais.
 "





Bailarina Suheil

quarta-feira, 14 de março de 2012

Uma mulher, muitos nomes, apenas uma estória!

Este artigo foi retirado do blog da Lulu e a pedido está sendo divulgado....




Uma pessoa, muitos nomes mas apenas uma estória!

Eu nasci, 26 de setembro de 1966, e ganhei um nome que já vinha errado por conta das repartições públicas brasileiras.

O que era para ser Luciana Uzunov, se transformou num cartório em São Paulo, Luciana Uzunof, o que me rendeu por anos e anos, na escola o apelido de um prato bem gostoso.
 Lá era eu, chamada de Strogonof.
Muitos anos se passaram, e com 17 anos, conheci alguém que estaria em minha vida, pelo resto dos meus dias. Meu primeiro marido, adicionou ao meu nome mais dois nomes, um de origem espanhola, e outro de origem árabe. Lá fui eu me transformar em Luciana Uzunof Sabongi de Mello.
Conheci a dança e ganhei mais um nome, que era tão difícil de falar e duplicar, que acabou virando pedrinha de esquecimento. Mas apenas para os registros, meu primeiro nome artístico foi Nejme et Leil – significado em árabe – estrela da Noite. Bonito né? Pena que as pessoas confundiam tudo e transformavam o mesmo em diversas outras versões, o que obrigou a abandonar esta primeira tentativa de um nome para dança.
Tive um apelido pequena ainda, que me desgostava muitíssimo. Foi dado por uma amiga de minha mãe, chamada Penha, e seria muitos anos mais tarde, meu nome definitivo. Era pequeninha – o que aliás nunca deixei de ser – e recebi o apelido de Lulú. Eu não gostava de jeito nenhum, a Penha me chamava, e eu dizia: Mas Penha, Lulú é nome de cachorro, olha aí, vem Lulú, vem!
Abandonei o nome ainda criança.
A dança me raptou e aos 18 anos me casei com meu sócio, então o mais simples era encontrar um outro nome que ficasse guardado na mente das pessoas, e que as ligasse a minha nova atividade artística como bailarina.
Aí Eureka, descobri que Lulú sem o acento, era Lulu, e que Lulu significava pérola em árabe....eu já tinha um nome desde um aninho de idade!!! Tirei o acento e virou Lulu....
Agora nada mais justo, era sócia de meu marido, e tinha em meu nome oficial um nome árabe, que se transformou na segunda parte de meu nome artístico.
Lulu Sabongi foi então o 4º nome que ganhei nesta vida.
1.    Luciana Uzunof
2.    Luciana Uzunof Sabongi de Mello
3.    Nejme el Leil
4.    Lulu Sabongi
O tempo passou e com este nome eu viajei o mundo, até o presente momento, cumpri minha meta de 29 países, um para cada ano de carreira, que fará aniversário de 29 anos em Dezembro deste ano.
O nome Lulu Sabongi passou a ser minha marca artística, mas a vida muda, e com ela como os rios, tudo segue seu curso.
Em 2005 , minha primeira parceria de vida, completou 21 anos e também se encerrou. Meu divórcio, e a posterior divisão das empresas que dividia com meu ex marido apresentou uma nova estrada a minha frente. Deixamos de ser parceiros, e dividimos as empresas que antes eram compartilhadas de forma igualitária, em duas empresas independentes.
A ideia era de que cada um seguisse seu caminho, ele com o entretenimento e a dança, e eu com o ensino.
As coisas não aconteceram bem assim, mas não vem mais ao caso.
A vida me preparava novas surpresas e me daria outros presentes.
Em 2007 , ganhei um novo nome e um novo amor,e em 2008 veio meu 5º nome, Luciana Uzunof Hartenbach, agora a misturinha é Búlgara e Alemã.
Pessoalmente já não usava meu segundo nome, mas ele  ainda existia em parte dentro de  meu nome artístico anterior, por uma questão de direito.
Chegou a hora da mudança. Não preciso de um sobrenome que de fato não faz mais parte da minha vida de qualquer maneira. Ele sobrevive nos meus filhos e nos laços eternos que a maternidade oferece.
Uma solicitação oficial de que não mais utilizasse meu próprio nome artístico, me fez acordar para algo que antes não chamava minha atenção.
Tenho certeza absoluta, de que sempre honrei, cada um dos nomes que recebi nesta vida, até mesmo os apelidos de criança, portanto está em minhas mãos, modificar mais uma vez, aquilo que eu mesma possuo.
Então agora pela primeira vez, eu mesma me dou de presente um nome. Presente este que sempre recebemos de outros, nossos pais por nascimento e oficialidade, nosso marido, pelo laço do casamento, nossos amigos, com os apelidos, e invenções pessoais. Agora sou minha própria fada madrinha e me chamo.



A partir de hoje esse é meu nome. Para trás fica o passado. O presente é um portal aberto e liberado, para que o novo entre, e que as aquisições que eu já alcancei, não necessitam de nada , nem mesmo um nome específico para serem notadas. Sou quem sou, não dependo de nenhum criador, assim como todas as outras bailarinas deste Brasil enorme, que se fizeram sózinhas, e foram reconhecidas na medida de seu merecimento e qualidade.
Ninguém faz ninguém, apenas nossa mãe, que é insubstituível, nos fez, com o auxílio providencial de nosso pai....no mais, a vida nos faz! e é para a vida que devemos satisfações e respeito. É no dia a dia, e em nossa permanência, que mostramos a que viemos!
Não vou reclamar por mudar, vou continuar seguindo meus sonhos e minhas paixões, pois são elas que me movem, além de todos os obstáculos, além da impossibilidade, além do medo de fracassar e muito mas muito além do olhar obtuso, daqueles que imaginam possuir o outro, de qualquer maneira que seja.
Sou de mim mesma, e escolho quem está por perto. Eu não possuo ninguém, e ninguém me possui.
Eu não fiz ninguém, e ninguém me fez!
Sou eternamente grata, a todas as pessoas que fizeram parte do meu caminho até agora. Também sou grata pelas que tomaram outros rumos, e até mesmo, pelas que se transformaram em estranhos.
Aprendi com todas, e com tudo e me transformo a cada dia.
Hoje tenho dois nomes apenas , um deles descreve quem sou  como mulher e com quem estou e é
Luciana Uzunof Hartenbach
O outro descreve também quem sou, mas como bailarina, onde estou e desde quando eu sou!
Lulu from Brazil – since 1983
Agradeço a todas e todos que puderem fazer valer meu novo nome. Espalhem a notícia por favor
Meus contratantes não devem mais usar meu nome antigo, mas sim o novo. O risco de usarem meu nome antigo, é que podem sofrer um processo.

Recebi uma intimação por parte de meu ex sócio,e ex marido,  de que não deveria mais usar meu próprio nome, o nome que é conhecido por mais de 30 países,e que eu mesma fiz, no decorrer de minha carreira.
Alguns podem pensar, porque não manter seu direito, porque não provar o quanto este nome é independente e ligado a você?

Eu decidi que não vale a pena brigar por isso. Não quero prejudicar meus patrocinadores, amigos, e também minha família com uma luta incipiente.

Afinal de contas, não são 7 letras que me farão viver  o desgaste e o investimento , para  proteger algo que já era  meu desde 1983.

O desapego é um exercício e eu estou fazendo minha lição de casa!


De coração obrigada por transformarem ( vocês todos, pessoas presentes por tantos anos )  minha vida em algo precioso, apesar de todos os desafios!

sábado, 7 de janeiro de 2012

Raks Masri – A dança do ventre no Egito


Não sabemos ao certo nem quando, nem onde surgiu a dança do ventre que temos hoje.
Um estudo de Wendy Bonaventura em seu livro “A serpente do Nilo” supõe que sacerdotisas chamadas Almeés (al-Maat = da Deusa Maat), realizavam rituais a algumas das Deusas Egípcias (Maat, Ísis e Hator) com danças pélvicas. Como mostram os afrescos dos antigos templos destas Deusas, havia mulheres, de túnicas transparentes ou longas saias e seios desnudos, com cabelos enfeitados e largos colares, em posições sacerdotais. Estas informações são baseadas em afrescos e pinturas antigas, nada se tem escrito. Com a entrada da crença patriarcal monoteísta, muito destes materiais foram perdidos ou destruídos.
Um outro tipo de dançarina encontrado no Egito era as gawazzys. Estas sim, foram descritas, inclusive seu modo de dançar, por Napoleão Bonaparte e seus escritores, no ano de 1.790, quando da sua invasão no Egito (vide descrição em danças folclóricas – povos gawazzy).
Como as gawazzys distraíam os soldados de Napoleão (que estavam cansados nas batalhas, pois ficavam a noite toda bebendo, fumando arguile e assistindo dança nas praças e cabarés) , Napoleão então proíbe dança e até manda matar algumas das gawazzys.
A pedido do povo egípcio, ele libera a dança, porém somente pode ser assistida nos al kahwa (casa de café), onde só homens egípcios poderiam freqüentar. Jogavam carta, fumavam arguile e tomavam chá e café (bebida alcoólica era proibida pelo islamismo). Trabalhavam também no al kahwa músicos, contadores de histórias, e todos recebiam salário e nokta (oferendas e dinheiro jogados aos artistas durante o show).
Além dos al kahwa, havia também os malha, lugares parecidos com os al kahwa, porém para turistas.
Em 1.798, Napoleão construiu o Teatro Café Conserto, até hoje existente no Egito, reformado no começo do século passado. Neste grande teatro, se apresentavam dançarinas e músicos, todos com seu salário e o nokta.
Com o tempo, bailarinas e músicos perceberam que o nokta era maior que seu salário. Os músicos começaram a cantar letras mais ousadas e engraçadas e bailarinas começaram a descobrir a barriga e diminuir seu figurino, na intenção de mostrar mais o corpo e ganhar mais nokta. Vendo a desvirtualização da dança e da música, os próprios egípcios fecharam os malha. Os al kahwa e o Teatro Café Conserto ficaram abertos, mas os shows de música e dança foram proibidos.
Em 1.880, surge o movimento La Nahda, o resgate às tradições árabes e seus valores, sem influência do ocidente. Em 1.887, reabrem novamente os cafés para apresentações de dança e música, chamados kahwa al raks, al balady.
Vieram bailarinas da Pérsia, do Marrocos, da Síria e da Tunísia. Houve, então, um mescla cultural na dança. O Egito, desde então, ganha um estilo muito peculiar, e a Raks Sharki, (dança do leste, nome da dança do ventre nos países árabes) ganha o nome de Raks Masri, para designar a dança do ventre feita no Egito.

Fonte: Aisha Almmé
Dança do Punhal

Assim como a dança da espada, a verdadeira origem da dança com o punhal não tem comprovação histórica e há diversas versões sobre o significado dessa dança. É praticamente impossível uma afirmação precisa sobre sua real origem. Em algumas fontes de pesquisa, há afirmações de que seria uma dança derivada da dança da espada. Porém, a dança do punhal é uma dança muito forte e marcante, diferente da dança com a espada, em minha opinião. Uma das versões conta que é uma homenagem a Deusa Selkis (Rainha dos Escorpiões), simbolizando morte, transformação e sexo. É possível que seja uma incorporação da dança cigana à dança do ventre, retratando amor, mistério, magia, paixão, luta e morte. Alguns estudos realmente nos levam a crer que o povo cigano foi pioneiro na inserção do punhal em danças femininas. As gawazees (tribo cigana) utilizavam o punhal como arma de defesa e na execução da dança, elas o usavam para transmitirem mensagens umas para as outras. Os registros mais antigos nos levam a Istambul e Constantinopla, mais precisamente às mulheres que serviam o sultão. Algumas fontes afirmam que as odaliscas precisavam sobreviver no harém. Dessa forma, disputavam com as outras a atenção do sultão, tomando seu punhal e dançando com ele para impressioná-lo. O sultão escolhia apenas uma odalisca para passar a noite com ele, podendo futuramente tornar-se uma de suas esposas ou concubinas. O posto mais alto dentro de um harém atingido por uma mulher era sultana, ou seja, mãe do sultão. Nos haréns, a comunicação entre homens e mulheres era proibida. As mulheres usavam a dança com o punhal como código de linguagem. Hoje em dia, utilizo esses gestuais (códigos) nas mostras de dança para que o público conheça um pouco mais sobre esse estilo de dança. Seguem os significados dos gestuais:
Punhal na mão, com a ponta voltada para fora: a bailarina está livre;
Punhal na mão, com a ponta voltada para dentro: a bailarina é comprometida;
Punhal na testa com a ponta para baixo: magia;
Punhal entre os dentes: desafio (a mulher mostra nada temer);
Punhal coma ponta no quadril: força feminina;
Bater o punhal na bainha: chamado para o embate;
Punhal entre os seios: paixão;
Passar o punhal pelo corpo: sedução;
Equilibrar o punhal sobre a testa: domínio;
Desenhar círculos no ar com o punhal: limpeza energética astral;
Passar a lâmina rente ao próprio pescoço: ameaça de morte.

Dicas:
Por ser uma dança forte, cuidado com o manuseio do punhal para que você não seja mal interpretada;
Decore seu punhal com pedras, fica bem delicado;
Estilos musicais idéias para essa dança: músicas turcas ou estilo andaluz;
Trajes sugeridos: calças bufantes e boleros.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Balady








Ao pé da letra, dança balady significa “do meu país, popular”. É uma dança folclórica egípcia.
Toda dança balady é improvisada. Homens e mulheres podem usar bastão, porém os movimentos deste são mais arredondados e suaves, diferentemente da dança saaid, onde os movimentos são mais marcados. Os homens também podem dançar com lenço no quadril, imitando a mulher, como uma brincadeira.
Vestimentas: As mulheres dançam de galabia geralmente reta, lenço no quadril. Os homens dançam com galabias de mangas retas, um pequeno chapéu sem turbante e um sapato aberto atrás.
Dizem que o povo balady é honesto, justo e hospitaleiro.
Segundo Hossam Ramzy, o quadril das baladys se assemelham ao mel (denso e muito flexível). Por isso, nesta dança, os quadris prevalecem. A balady começa tranqüila, quase tímida, e aos poucos vai se soltando.
A estrutura da música balady antiga (também chamada de taqsim-tabla) é a seguinte:
1.parte: um taqsim de acordeon, flauta ou outro instrumento melodioso.
2.parte: uma pergunta e resposta do instrumento melodioso e da tabla.
3.parte: ritmo maqsoum, parte cadenciada da música
4.parte: quebra de ritmos: tabla e instrumento melodioso
5.parte: malfuf ou falahi: ritmo acelerado da música
6.parte(pode ou não ter): solo de percussão.
Hoje, as músicas baladys são alegres, e induzem a bailarina a executar uma dança festiva, cheia de gestuais próprios


Fonte aisha Almmé

Soumboti


Um tipo de dança gawazzy. É da região de soumboti (Delta do Nilo-Baixo Egito). Segundo Soraia Zaied, bailarina brasileira de renome no Egito,ela é a “mãe” da dança do ventre, sendo a primeira versão desta, a base da dança que conhecemos hoje.
A dança é muito despreocupada com técnica: quadris muito soltos, pernas mais afastadas, joelhos flexionados, braços muito soltos, e a dançarina quase sempre toca os snujs. O pé sempre tem movimentos de “pipocar” alternado. O quadril é o centro deste tipo de dança, com muitos breaks, encaixes e desencaixes, batidas, shimis, etc.
A roupa tradicional é uma galabia muito simples, com pouco bordado.
As músicas são folclóricos, também chamadas de soumboti, no ritmo masmoudi (tocado bem mais rápido), falahi ou malfuf tocado rápido.

fonte aisha Almmé

Dança Árabe-Andaluz



Desde o século 07 a cultural árabe floresceu na Espanha. Muitas pessoas diferentes cruzaram o mar do Norte da África rumo a Espanha, muitas vezes escapando de invasões em seus países. Na maioria, eram grupos de Berberes, que também se assentaram na Sardenha, Ilhas Canárias e na Sicília. O termo berbere significa amazigh = povo livre, sempre aberto a novas idéias e religiões.
A música andaluza foi sofreu grande influência persa. Nesta época,, o califa Harun el Rachid fez de Bagdá, de influência predominantemente persa, um centro de cultura árabe. Havia lá um músico muito talentoso chamado Zyriab. Seu talento despertou o ciúme de alguns de seus professores, que, para se garantirem como melhores músicos da cidade, mandou Zyriab para a Andaluzia.
Lá, Zyriab ajudou na formação de escolas de música em Granada, Sevilha, Córdoba e Valência. Assim, os músicos se influenciaram mutuamente, e aos poucos, árabes e espanhóis criaram um novo estilo de música. Acredita-se que alguns instrumentos utilizados na música espanhola tenham sua origem em Bagdá e no Norte da África.
No ano de 750 aproximadamente, +/- na mesma época de Zyriab, vários músicos e dançarinos foram expulsos de países árabes, devido ao Islamismo, que considerava a música e dança como entretenimento nocivas às virtudes. “Música diminui a modéstia, aumenta a luxúria e solapa a virilidade. Faz o que as bebidas fortes fazem”, diziam os califas em vários países árabes. E mais se misturou a música árabe à espanhola.
Além da influência persa, berbere e árabe, a música andaluza sofreu também uma pequena influência chinesa, devido ao comércio feito na antiguidade na “rota da seda”.
A dança árabe andaluza é uma dança de corte. Contém movimentos delicados e complexos das mãos. Originariamente praticadas por dançarinas levadas dos países árabes e por escravas que eram educadas para cantar, dançar e tocar instrumentos.
Hoje em dia, tornou-se a dança das cidades antigas, praticadas por mulheres que descendem das antigas famílias. A roupa utilizada chama-se algieres karakus, um vestido de veludo lindamente bordado e uma calça chamada serval. As mulheres dançam juntas e usam lenços para enfatizar os movimentos das mãos.
Obs.: Leia o livro “Leon-O Africano” de Amin Malouf
Texto cedido por Christina Schafer, retirado do seminário feito por Amel Tafsout (dançarina argeliana) na ocasião do MAJMA-2000, conferência sobre danças do Oriente Médio e do Norte da África.
A poesia também integra a dança árabe-andaluz. O mais conhecido estilo musical para esta dança é o muachah, um estilo típico andaluz de poesia cantada, criado no século oito pelos árabes, com rima e métricas poéticas um pouco mais livres que as formas que a antecederam (qasida) e se destaca pela habilidade do poeta na escolha das palavras. "É semelhante à lapidação de um diamante", disse certa vez o produtor musical Ali El-Khatib. “O tema é o amor, quase sempre protagonizado por uma vítima apaixonada” .


Fonte: Aisha Almmé