Soraia Zaied é paulistana e começou a dançar na casa de chá Khan El Khalili, com Lulu Sabongi como professora. Mais tarde, se mudou para o Cairo, teve Raquia Hassan como mestra, e por lá ficou, tamanho sucesso. Aliás, em entrevista para a Vison Oriental TV ela arrisca um portunhol e diz que aprendeu a dançar especialmente para se mudar para o Egito e fazer carreira.
Sua técnica combina aspectos da dança das bailarinas egípcias e das influências que recebeu de Lulu. Ela utiliza movimentos de diversos tamanhos. Em músicas mais lentas, faz movimentos contidos. Nas aceleradas e com percussão, abusa das marcações de quadril, mas mesmo assim sua dança não tem marcações grandiosas e intensas, a exemplo do estilo das argentinas.
Qual é o seu diferencial ou destaque? Quem já pesquisou um pouco sobre ela sabe a resposta na ponta da língua. O quadril é definitivamente seu forte. Nem é preciso falar que é muito mais fácil encontrar vídeos da Soraia dançando derbake. Adicionou um temperinho de samba, típico brasileiro, às apresentações nos países árabes. Adora dar pulinhos, e fazer marcações de batidas laterais, ovinhos e pivôs. Invariavelmente faz passos combinados com algum tipo de tremidinho. Outro traço interessante do seu estilo é a interpretação. Como mora no Egito há anos, é comum vê-la cantando as músicas, fazendo gestuais com as mãos e pssando os sentimentos da letra da música.
Um fato que assusta um pouco são as suas roupas. Em geral são modernas, sem franjas e bordados. Não raro você vai vê-la de saltos altos e saias curtíssimas. Em compensação também há apresentações clássicas e de gala em que está com vestidos maravilhosos e longos, daqueles que chegam no pé.
Goste ou não do seu estilo, é inegável que, nós alunas de dança, devemos incorporar aos nossos treinos essa potência do quadril de Soraia
Fonte: Cadernos de Dança
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