quarta-feira, 14 de março de 2012

Uma mulher, muitos nomes, apenas uma estória!

Este artigo foi retirado do blog da Lulu e a pedido está sendo divulgado....




Uma pessoa, muitos nomes mas apenas uma estória!

Eu nasci, 26 de setembro de 1966, e ganhei um nome que já vinha errado por conta das repartições públicas brasileiras.

O que era para ser Luciana Uzunov, se transformou num cartório em São Paulo, Luciana Uzunof, o que me rendeu por anos e anos, na escola o apelido de um prato bem gostoso.
 Lá era eu, chamada de Strogonof.
Muitos anos se passaram, e com 17 anos, conheci alguém que estaria em minha vida, pelo resto dos meus dias. Meu primeiro marido, adicionou ao meu nome mais dois nomes, um de origem espanhola, e outro de origem árabe. Lá fui eu me transformar em Luciana Uzunof Sabongi de Mello.
Conheci a dança e ganhei mais um nome, que era tão difícil de falar e duplicar, que acabou virando pedrinha de esquecimento. Mas apenas para os registros, meu primeiro nome artístico foi Nejme et Leil – significado em árabe – estrela da Noite. Bonito né? Pena que as pessoas confundiam tudo e transformavam o mesmo em diversas outras versões, o que obrigou a abandonar esta primeira tentativa de um nome para dança.
Tive um apelido pequena ainda, que me desgostava muitíssimo. Foi dado por uma amiga de minha mãe, chamada Penha, e seria muitos anos mais tarde, meu nome definitivo. Era pequeninha – o que aliás nunca deixei de ser – e recebi o apelido de Lulú. Eu não gostava de jeito nenhum, a Penha me chamava, e eu dizia: Mas Penha, Lulú é nome de cachorro, olha aí, vem Lulú, vem!
Abandonei o nome ainda criança.
A dança me raptou e aos 18 anos me casei com meu sócio, então o mais simples era encontrar um outro nome que ficasse guardado na mente das pessoas, e que as ligasse a minha nova atividade artística como bailarina.
Aí Eureka, descobri que Lulú sem o acento, era Lulu, e que Lulu significava pérola em árabe....eu já tinha um nome desde um aninho de idade!!! Tirei o acento e virou Lulu....
Agora nada mais justo, era sócia de meu marido, e tinha em meu nome oficial um nome árabe, que se transformou na segunda parte de meu nome artístico.
Lulu Sabongi foi então o 4º nome que ganhei nesta vida.
1.    Luciana Uzunof
2.    Luciana Uzunof Sabongi de Mello
3.    Nejme el Leil
4.    Lulu Sabongi
O tempo passou e com este nome eu viajei o mundo, até o presente momento, cumpri minha meta de 29 países, um para cada ano de carreira, que fará aniversário de 29 anos em Dezembro deste ano.
O nome Lulu Sabongi passou a ser minha marca artística, mas a vida muda, e com ela como os rios, tudo segue seu curso.
Em 2005 , minha primeira parceria de vida, completou 21 anos e também se encerrou. Meu divórcio, e a posterior divisão das empresas que dividia com meu ex marido apresentou uma nova estrada a minha frente. Deixamos de ser parceiros, e dividimos as empresas que antes eram compartilhadas de forma igualitária, em duas empresas independentes.
A ideia era de que cada um seguisse seu caminho, ele com o entretenimento e a dança, e eu com o ensino.
As coisas não aconteceram bem assim, mas não vem mais ao caso.
A vida me preparava novas surpresas e me daria outros presentes.
Em 2007 , ganhei um novo nome e um novo amor,e em 2008 veio meu 5º nome, Luciana Uzunof Hartenbach, agora a misturinha é Búlgara e Alemã.
Pessoalmente já não usava meu segundo nome, mas ele  ainda existia em parte dentro de  meu nome artístico anterior, por uma questão de direito.
Chegou a hora da mudança. Não preciso de um sobrenome que de fato não faz mais parte da minha vida de qualquer maneira. Ele sobrevive nos meus filhos e nos laços eternos que a maternidade oferece.
Uma solicitação oficial de que não mais utilizasse meu próprio nome artístico, me fez acordar para algo que antes não chamava minha atenção.
Tenho certeza absoluta, de que sempre honrei, cada um dos nomes que recebi nesta vida, até mesmo os apelidos de criança, portanto está em minhas mãos, modificar mais uma vez, aquilo que eu mesma possuo.
Então agora pela primeira vez, eu mesma me dou de presente um nome. Presente este que sempre recebemos de outros, nossos pais por nascimento e oficialidade, nosso marido, pelo laço do casamento, nossos amigos, com os apelidos, e invenções pessoais. Agora sou minha própria fada madrinha e me chamo.



A partir de hoje esse é meu nome. Para trás fica o passado. O presente é um portal aberto e liberado, para que o novo entre, e que as aquisições que eu já alcancei, não necessitam de nada , nem mesmo um nome específico para serem notadas. Sou quem sou, não dependo de nenhum criador, assim como todas as outras bailarinas deste Brasil enorme, que se fizeram sózinhas, e foram reconhecidas na medida de seu merecimento e qualidade.
Ninguém faz ninguém, apenas nossa mãe, que é insubstituível, nos fez, com o auxílio providencial de nosso pai....no mais, a vida nos faz! e é para a vida que devemos satisfações e respeito. É no dia a dia, e em nossa permanência, que mostramos a que viemos!
Não vou reclamar por mudar, vou continuar seguindo meus sonhos e minhas paixões, pois são elas que me movem, além de todos os obstáculos, além da impossibilidade, além do medo de fracassar e muito mas muito além do olhar obtuso, daqueles que imaginam possuir o outro, de qualquer maneira que seja.
Sou de mim mesma, e escolho quem está por perto. Eu não possuo ninguém, e ninguém me possui.
Eu não fiz ninguém, e ninguém me fez!
Sou eternamente grata, a todas as pessoas que fizeram parte do meu caminho até agora. Também sou grata pelas que tomaram outros rumos, e até mesmo, pelas que se transformaram em estranhos.
Aprendi com todas, e com tudo e me transformo a cada dia.
Hoje tenho dois nomes apenas , um deles descreve quem sou  como mulher e com quem estou e é
Luciana Uzunof Hartenbach
O outro descreve também quem sou, mas como bailarina, onde estou e desde quando eu sou!
Lulu from Brazil – since 1983
Agradeço a todas e todos que puderem fazer valer meu novo nome. Espalhem a notícia por favor
Meus contratantes não devem mais usar meu nome antigo, mas sim o novo. O risco de usarem meu nome antigo, é que podem sofrer um processo.

Recebi uma intimação por parte de meu ex sócio,e ex marido,  de que não deveria mais usar meu próprio nome, o nome que é conhecido por mais de 30 países,e que eu mesma fiz, no decorrer de minha carreira.
Alguns podem pensar, porque não manter seu direito, porque não provar o quanto este nome é independente e ligado a você?

Eu decidi que não vale a pena brigar por isso. Não quero prejudicar meus patrocinadores, amigos, e também minha família com uma luta incipiente.

Afinal de contas, não são 7 letras que me farão viver  o desgaste e o investimento , para  proteger algo que já era  meu desde 1983.

O desapego é um exercício e eu estou fazendo minha lição de casa!


De coração obrigada por transformarem ( vocês todos, pessoas presentes por tantos anos )  minha vida em algo precioso, apesar de todos os desafios!