RITMOS

* Aksak
Descrição
De origem turca, o termo que nomeia este ritmo indica também um padrão próprio de músicas da região do Afeganistão, Irã, Bálcãs e Turquia. É comum ser usado em músicas de um tipo de dança do povo Laz, da região do Mar Negro.
Características
Estamos falando de um ritmo longo, cheio de pausas e paradinhas bruscas, que passam a sensação de uma vacilação. Caracteriza-se por juntar compassos com divisões ternárias ou binárias, usados no século XX na música ocidental por compositores modernos, como Stravinsky e Bela Bartók. Esta composição também é comum em músicas da Andaluzia.
Composição
Ritmo de compasso 16/4, possui uma forma gráfica extensa e pode ter pausas longas ou curtas, dependendo da região em que é tocado.
DDDTKTD SSDTKT D TK DDDTKTDSSDTKT DTK
São chamados de aksak os ritmos com padrão 3+2+2; 3+2+2+3+2.

*O ayub
A origem do ritmo Ayub, ou Ayubi,  é incerta. Alguns dizem que é nome de uma rádio no Egito, outros falam que seu som acelerado simboliza o andar dos cavalos. Mas o que sabemos de verdade é que ele é tocado da Turquia ao Egito e que embala muitas músicas ouvidas por aqui. Acredita-se que no Brasil ganhou fama com a música Azez Aleya, de Tony Mouzayek, trilha da novela global “O clone” (2001)
Composição
É um ritmo de compasso 2/4, formado apenas por um KA e um DUM. A frase completa fica assim:
DUM KA DUM KA DUM
Características
O ritmo pode ser acompanhado com voz, de forma rápida em músicas folclóricas, suave em clássicas ou bem lentas durante o zaar.
Passos
Existe um passo que também chama ayub. Com uma perna levemente na frente da outra, você transfere o peso para trás e neste momento faz uma batida com o quadril. Você pode fazer isso andando ou no lugar, brincando com deslocamento de pescoço e com movimentos de mãos e cabeça. Muitas bailarinas fazem esses movimentos ora para esquerda, ora para a direita. É comum encontrar este ritmo em derbakes, introdução de músicas e, às vezes, até no meio da música, o que dá uma certa graça e alegria à coreografia. Aqui vale muita criatividade já que o ritmo é simples.
Como treinar
Este é fácil. Uma mão é o DUM e a outra é o KA. Toque uma de cada vez. DUM KA DUM KA DUM….

*O Baladi
É um dos ritmos mais executados no Egito e no Líbano, assim como o Said. Possui marcações fortes e retoma a cultura popular, as origens familiares e o significado da terra natal. A própira palavra baladi, traduzida, significa “minha terra”. Desta forma, também representa aquilo que é simples, comum, do dia a dia. Também é conhecido como beledi ou balady.
Composição
Assim como o Said, possui compasso 4/4. Derivado do Maksoum, que tem um DUM a menos na chamada forma anotada ou cifrada. Isso por que é comum que o Maksoum também seja executado com dois DUMs. Assim, a frase fica desta forma:
DUM DUM TAKATA DUM TAKATA
Características
Com esta marcação dupla no início da frase (DUM DUM), o ritmo precisa ser tocado de forma mais lenta, apesar de existir com outras variações, a exemplo do Masmoudi Saghir. Não confunda com o Masmoudi, que é um ritmo de oito tempos. É utilizado em músicas modernas, clássicas, em derbakes e também na dança folclórica homônima. É comum ser tocado em músicas com trechos de taksim (solos intrumentais) e cantadas.
Como treinar
Comece a tocar os snjus pela frase simples: DUM DUM TAKATA DUM TAKATA. Quando conseguir agilidade, coloque um TAKA no final, para fazer a emenda com o início do ritmo novamente: DUM DUM TAKATA DUM TAKATATAKA DUM DUM TAKATA DUM TAKATA. Treine o ritmo puro, com a ajuda de um CD  e depois tente encontrá-lo nas músicas. Repare que nem sempre ele aparecerá da forma simples e poderá receber variações e ficar floreado.
Dicas de passos
Como é um ritmo muito forte, os acentos (DUMs) precisam ser bem marcados na dança com básicos egípcios, deslocamentos e batidas de quadril. Atenção: na sua versão folclórica e tradicional da dança baladi, não há passos influenciados pelo balé e pelo jazz, afinal retoma aspectos tradicionais da cultura. Neste caso, é sempre dançado com o pé no chão e com roupas mais simples, nunca com o conjunto saia-cinturão-top.
Em outras músicas em que o ritmo apareça, não valem estas características. O percussionista Hossam Ramzy, em um texto sobre o Baladi, no seu site, afirma que “Se você me perguntar quem é a melhor dançarina de Baladi em todo o Egito hoje, a resposta é simplesmente LUCY”. (tradução livre)
Lembre-se: Você pode tocar os DUMs, TAKs e TAs com a sua mão principal (varia para destros ou canhotos) e os e KAs com a outra. Ou então marcar os DUMs com as duas mãos, enfatizando que são mais fortes.

*Bolero
O bolero tem origem espanhola e é considerado um ritmo muito romântico e é tido como uma rumba mais lenta. Casais apaixonados costumam se entregar ao amor no meio de uma música que desperta os mais belos sentimentos. Na dança do ventre, foram as argentinas quem incorporaram o bolero. Geralmente este ritmo aparece em partes lentas da música ou até mesmo como base de um taksim.
Composição
Rumba tem composição 2/4 e fica Dum tákátá Ká Tá Ká Dum ká. Já o bolero tem base 4/4, com apenas um DUM, dois TAKA e um TA. Sua composição fica assim: Dum kákáTá kákáTákáTákáDum Ká.
Características
É um ritmo lento que exige da bailarina muita expressividade. Costuma aparecer em músicas clássicas, mas é possível encontrá-lo na mais modernas. Pode ser dançado em casal, com um mix com dança de salão ou solo com alguns passos de jazz misturados aos da dança do ventre.
Como treinar
Não é comum a bailarina tocar este ritmo enquanto dança. Na verdade, ela deve tocar com o corpo e sua expressividade, deixando os snujs para os músicos. Mas se quiser treinar, basta deixar o DUM  na mão direita, ou com as duas mãos para marcar bem, e alternar as mãos entre o TA e o KA. Preste atenção ao tocar o TA. Ele não deve soar como o DUM. Tem que bater de uma maneira diferente para diferenciar o DUM do TA.
Dicas de passos
Deslocamentos, véus, giros e arabesques são perfeitos para quem quer dançar o bolero. Sem contar alguns toques árabes e oscilação corporal acompanhando o ritmo. Se quiser marcar alguma parte do ritmo, fique à vontade, mas o que vale mesmo é a expressão. Deixe a música tomar conta de você.

*Chiftetelli
A palavra Chiftetelli (ciftitelli, chiftetelli, chifatelli, chifftatelli, chifititelli, tsifteteli ou shiftaatellii) tem diversos significados. Na Grécia, por exemplo, Tsiftetelli (Tschifftitilli) é usado para referir-se à dança do ventre em geral, ao bellydance do inglês.
A palavra também é utilizada para identificar o ritmo que acompanha o Taksim, improvisação melódica de um instrumento. Além disso, é o nome de um ritmo, como você já deve ter ouvido falar. É muito comum em músicas gregas, turcas e americanas usadas nas apresentações de dança do ventre.
Características
Diz-se que a Grécia ou a Turquia podem ser a pátria mãe deste ritmo 8/4. Na Turquia, além de ser usado nas apresentações de dança do ventre, também é comum nas danças de casais.
Algumas pessoas o confundem com outro ritmo, o El Zaffa, ou com o Whada wa noz. A diferença, no entanto é no acento ou na finalização dos ritmos. O Whada wa noz é tocado com a frase DUM TAKA TAKA DUM DUM TAK, enquanto o Chiftitelli é terminado com DUM TAKATA. Veja a composição e a notação gráfica abaixo. Segundo o site do derbakista Pedro Françolin, os egípcios costumam usar uma versão simplificada deste ritmo, que recebe o nome de Whada Khabir.
Composição
Entender a composição deste ritmo pode ser muito confuso, pois é encontrado com diversas notações e formas, inclusive com dois DUMs na segunda parte.
Pode ser tocado em duas velocidades. Quando é rápido, costuma ser usado em apresentações de casais ou grupos, pois as músicas assumem uma batida mais ágil e o efeito é uma dança mais alegre, ideal para este tipo de situação. Já na sua forma mais lenta, é preferido por bailarinas em solos, trabalhos de chão e ondulações, pois a melodia fica mais sensual.
Sua base é muito semelhante à um Maksum e a forma gráfica fica assim:
DUM – KATA – KATA – DUM – TAKATA  (de acordo com o derbakista e professor Rodolfo Bueno, Ruka)
Ou ainda: DUM – TAKA – TAKA – DUM – TAKATA
Outra opção: DUM – TAKA – TA – TAKA – TA – DUM – TAKATA
Forma encontrada em referências de derbakistas estrangeiros: DUM – TAKATA – TA – TAKATA – DUM – DUM – TA – TAKA
Repare que, em geral, a estrutura se mantém e é o floreio que vai sendo interpretado de formas diferentes.
Como treinar
Como sempre, comece tentando tocar o ritmo em sua forma mais pura e sem a ligação entre frases. Quando conseguir agilidade e decorar a frase musical insira a ligação e comece a treinar suas variações.
Dicas de passos
Como você já leu acima, na versão mais lenta, costuma ser usado em solos, taksims e em trechos de dança de chão. Por isso, inpira nas bailarinas movimentos lentos, bem trabalhados e ondulações caprichadas. Também é uma ótima oportunidade para explorar braços e peitoral.

*Cocek ou Serto

É conhecido como Cocek onde antigamente era a Macedônia e como Serto, na Grécia. Já na Bósnia e na Albânia, é chamado de Usul Derveshi. São, além disso, nomes de danças. 
Características
Muito utilizado em danças folclóricas e casamentos, em especial entre os ciganos. Por isso, é comum em músicas da Romênia e da Turquia, bem como na Grécia, como já foi dito.
Composição
Este é um ritmo 4/4 ou 8/8 e a sua forma base é: DUM TATA TATAKA
Apesar de serem considerados o mesmo ritmo, algumas pessoas afirmam que há diferenças de cadência entre o Cocek e o Serto. O primeiro seria tocado com espaços, semelhante às pausas, enquanto o segundo seria um pouco mais acelerado, com variações maiores de tempos e acentuação.
Como tocar
Siga o mesmo esquema de todos os outros ritmos. Segure os snujs, com uma mão toque o DUM e o KA, com a outra, o TA. Outra opção é marcar o DUM com as duas mãos.
Dicas de passos
Não é muito fácil encontrar bailarinas marcando estes ritmos. Porém, descobrimos que tanto o Cocek quanto o Serto são encontrados em fusions. Nos poucos materiais que pudemos localizar, reconhecemos batidas de quadril, twists e marotinhos. Redondinhos de quadril com shimies também são comuns. Em algumas regiões, o Cocek está estritamente relacionado ao intenso movimentar dos quadris.

* Darig
A origem do ritmo darig (darij) é na região da Pérsia e Turquia, mas foi muito difundido pela Argélia, Marrocos e Tunísia. Por isso, além do darig, encontramos o darig tunesi e o darig samahi.
Características
É comum encontrar este ritmo em músicas que lembram valsas, músicas clássicas como Alf y Leyla, por causa dos seus três DUMs e também na Guedra
Como ele pode ser tocado de três maneiras, o jeito mais fácil de diferenciar é acompanhar a localização do DUM.
Composição
O darig é um ritmo 6/4. A sua forma original é simples e começa com um forte DUM.
DUM. TAK DUM DUM TA
De forma floreada, ele aparece assim:
DUM TAKATAKATAK TAKATAKA DUM DUM DUM TAK TAKATAKA
Ouça a faixa do Cd Jalilahs Raks Sharki Vol 4 e acompanhe o ritmo e depois ele inserido em uma música.

*Falahi
Acredita-se que o ritmo Falahi (felahi, fallahi ou felahim) foi criado pelos camponeses egípcios, os falahims, e era tocado enquanto preparam a terra para a colheita ou durante o pastoril de cabras e camelos.
Características
Ele é um Maksoum acelerado e costuma aparecer em músicas clássicas,derbakes, para acelerar a melodia, e principalmente nos folclores ghawazee, falahi (mesmo nome do ritmo),  e também na dança do jarro e das flores.
Composição
Ele tem o compasso 2/4. Puro ele fica assim: DUM TATA DUM TA. Muitos músicos gostam de brincar com este ritmo e ele acaba saindo assim: DUM TAKATA DUM KATAKA
Como treinar
Com os snujs, bata com as duas mãos para marcar o DUM, assim o toque sai mais forte, e uma outra para marcar o TA. Se preferir, pode intercalar as mãos. Como ele é curto, vale tentar tocar ele floreado. Para isso, basta tocar cada parte com uma das mãos que fica bem fácil.
Dica de passos
Como é um ritmo bem acelerado com batida marcante é mostrar que você sabe que é ele que está ao fundo. Brinque com marcações de quadril, tremidos e pernas. Movimentos muito elaborados com os braços podem ser deixados para outro ritmo. Esse é vivo demais para você não dar atenção a ele.

*Hatcha
O significado do nome do ritmo hatcha, também chamado de sabamma é desconhecido (quem souber nos avise, por favor), mas sabemos que sua origem está na Síria e Líbano.
Características
É um ritmo lento e muito envolvente. Costuma ser usado em taqsins por ser bem marcado além de permitir que o derbakista brinque com floreios e variações.
Composição
Sua composição parece simples. É um ritmo 4/4: DUM TAKA DUM TAKA, porém dificilmente ele será tocado puro. Normalmente, após o último TA, existe entre parênteses a palavra resto. Aqui é onde o derbakista improvisa muito.
Ele floreado costuma aparecer
DUM TAkaTA TAkeDUM TAkaTa (resto)
Como treinar
Eis um ritmo meio complicado para se treinar. Você até pode pegar seus snujs ou se aventurar no derbake para tocá-lo, mas o grande segredo dele é saber ouví-lo.
Pois é, o início da frase fica fácil de descobrir que se trata de um hatcha, mas quando vem a parte do floreio, complica. Por isso, a dica é treinar o ouvido.  Ouça o ritmo abaixo e perceba suas nuâncias.  Tocado por Mahmoud El Masri e Samir Mozayek.
Dica de passos
Suavidade, delicadeza e emoção são as três palavras chaves para dançar o Hatcha. Como ele é um rimo lento, deixe-se levar por sua melodia e batida e faça com que os outros pensem que você está tocando o ritmo com o próprio corpo.
Movimentos ondulatórios como oito e camelos ficam lindos. Se quiser usar batidas, não abuse. Use em momentos certos e não muito carregado já que o ritmo é bem lento.

*Jabelee
Ritmo folclórico e original das montanhas do Líbano. É muito usado nos países de origem árabe, especialmente em festividades, dado que é um ritmo bem alegre. Também é muito comum encontrá-lo em rodas de Dabke. O jabalee, ou soudasi, também é conhecido como uma variante do Said.
Composição
A forma escrita do jabalee, que é um ritmo 4/4,  é grafada desta forma:
DUM DUM DUM TA DUM
Com a emenda, fica assim:
DUM DUM DUM TA DUM TAKA KATA DUM DUM DUM TA DUM
Características
É tocado por um grupo de pessoas que habitam as montanhas, conhecidas pelo mesmo nome do ritmo, em festividades regionais. Nestas músicas, há muitos instrumentos de sopro e percussão, para marcar bem o ritmo. Diz-se que um deles é uma espécie de bumbo, também usado nas danças gaúchas.
Como treinar
Este é um ritmo mais simples de tocar, pois é formado por muitos DUMS. Comece a tocar os snjus pela frase simples. Quando conseguir agilidade, coloque a emenda e treine a sequência. Treine o ritmo puro, com a ajuda de um CD.
Dicas de passos
Saiba que os passinhos usados com este ritmo estão muito mais próximos do folclore, em especial, do próprio dabke. Por isso, força nas pernas para fazer as sequências de batidas de pé, entre outros. Se souber alguns passos específicos além destes, deixe aqui nos comentários e complementamos o texto citado a fonte.

*Jerk
É muito difícil encontrar a origem do ritmo jerk, também conhecido como jark ou sherk. Se você souber, comente abaixo para aprendermos mais sobre esse ritmo que tem a estrutura familiar ao samba brasileiro.
Composição
É um ritmo de compasso 4/4 com três DUM e dois TA. Fica assim: DUM TA DUMDUM TA.
Características
É muito comum encontrar o jerk em músicas modernas, mas nada impede que a gente o escute em algumas clássicas e até mesmo em músicas populares. Costuma também ser tocado em solos de derbake com o ritmo puro, como demonstrado acima, ou floreado: DUM KAKATA TAKA DUM DUM TAKATA TAKA, o que pode modificar a velocidade dele para permanecer um ritmo 4/4.
Como treinar
Este ritmo pode ser tocado com snujs enquanto a bailarina dança. O DUM pode ser tocado com as duas mãos para que o som saia com mais intensidade ou com a mão direita. Pode ser a esquerda, se preferir. Depois, só tocar com a outra mão os TA. O jerk floreado costuma ser tocado pelos derbakistas, quase nunca por nós, bailarinas, tamanha a sua velocidade.
Dica de passos
O jerk apresenta característica de músicas pop, mesmo aparecendo em arranjos clássicos, mas quando é tocado é legal explorar movimentos modernos e mesclar com passos tradicionais. Uma dica é brincar com o básico egípcio sem ser da forma tradicional, parada e batendo o quadril com uma das pernas levemente colocada na frente da outra. Brinque com batidas para os lados, frente e trás, sendo que o seu pé acompanha a direção do quadril. Se preferir, use os passos para se deslocar enquando dança. Movimentos do jazz são bastante incorporados a este ritmo e, se você souber, dá até para sambar. Você pode marcar o ritmo inteiro, ou só os DUM ou TAs, com ombros, peito, cabeça etc., mas também é possível brincar com ondulações. Tudo depende da sua inspiração.

*Karachi
Lembram-se do ritmo Ayub, marcado pela repetição do DUM KA DUM KA DUM? E do Malfuf, DUM TAKA TAKA DUM TAKA TAKA, muito usado com deslocamentos pelas bailarinas de dança do ventre? Para entender o Karachi você precisa ter bem claro estes outros ritmos, pois o Karachi é muito semelhante a eles, apesar de ter suas particularidades.
Composição
Como um ritmo 2/4, é ágil possui uma frase musical curta. Assim como outros, exemplo do Ayub, marca com intensidade uma batida diferente do tradicional DUM. Pode-se dizer que o Karachi é, de forma bem simplificada, uma versão do Ayub inversa. Compare e entenda o por quê:
Ayub DUM KA DUM KA DUM
Karachi TA KA TA DUM (existe também em uma variação com dois KAs seguidos)
Características
Se você esteve atenta aos nossos últimos estudos, vai perceber que este ritmo é muito parecido com o Malfuf, representado pelo DUM TAKA TAKA. Repare que, apesar da semelhança, há uma diferença fundamental, além do toque espaçado dos TAs e KAs. Este ritmo começa com um TA, batida um pouco mais aguda e não com um DUM.
Esta pequena célula musical indica, por exemplo, que o Karachi não é um ritmo egípcio, apesar de ser utilizado amplamente na região. O músico Hossam Ramzy explica o motivo: é muito incomum encontrar ritmos da região que começam com TA e que esta partícula ganhe tanta força quanto um DUM.
Como treinar
Já está ficando fácil, não? Pois é, a ideia permanece a mesma dos outros ritmos. Pegue seus snujs, escolha um bom CD e mãos à obra. Mas desta vez não esqueça de começar pelo TA que, em geral, é tocado na mesma mão do DUM. O resto você já sabe…DUMs para um lado, KAs para o outro. Ou então marque os DUMs com ambas as mãos. 
Dicas de passos
Karachi é o nome de uma cidade do Paquistão e, traduzida, a palavra significa “rolar”. Combine isso com seus conhecimentos sobre a velocidade deste ritmo e pronto! Você logo perceberá que deve abusar dos deslocamentos quando reconhecê-lo em uma música. Aliás, assim como o Malfuf, também é amplamente usado em aberturas e finalizações.
Faixa do CD Rhythms of The Nile 1, de Hossam Ramzy
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*Karsilama
Karsilama significa “cara a cara”, isso porque a palavra afina-se com uma dança homônima da Turquia. Foi levada para a Grécia por imigrantes e lá se tornou a Zeybekikos. Nela, duplas dançam juntas fazendo quatro passos fortes e marcados. Em geral, é executada pelas Cengis, ciganas turcas, que giram suas sais e usam pandeiros como acessórios complementares.
Existem dois tipos. A dança Karsilama urbano, semelhante à dança do pandeiro, porém, o acompanhamento musical usa exclusivamente o ritmo homônimo e suas variações floreadas. Já a Karsilama é uma mistura de dança Sule Kule com a dança do ventre que conhecemos. Veja no YouTube como é a dança, em uma versão para palco e outra mais tradicional.
Características
Este ritmo é pouco comum na música ocidental. É composto por um compasso também raro 9/8, além de possuir três TAS fortes no final da frase musical. Também é chamado de “aqsaaq”, cuja tradução é “aquilo que marca” ou “quebrado”.
Composição
Repare nos TAS característicos ao final da forma grafada. A sua versão base é assim: DUM TAK DUM TATATA
Uma outra forma, mais completa e floreada é esta: DUM TAKATA TAKA DUM TATATA
Como treinar
Comece a tocar os snjus pela frase simples. Lembre-se  os DUMs, TAKs e TAs toque com a sua mão principal (varia para destros ou canhotos) e os e KAs com a outra. Ou então marque os DUMs com as duas mãos, enfatizando que são mais fortes. Treine o ritmo puro, com a ajuda de um CD e depois tente encontrá-lo nas músicas.
Dicas de passos
O Karsilama é um ritmo alegre, animado, o que não significa que seja acelerado. Como é mais usado com pandeiros ou meias-luas, é fácil encontrar movimentos comuns ao uso destes acessórios, como as batidas de quadril, ombro, giros e até shimies para os momentos mais acelerados.

*Malfuf
Embrulhado, ou enrolado seria a tradução literal mais adequada para a palavra que dá nome ao ritmo desta semana. Malfuf, Malfouf, Leff, Luff ou Laff é um ritmo que originário da África, em especial do norte do continente. Muito conhecido no Egito e Líbano, sua cadência é muito parecida com a de ritmos muito ouvidos no Brasil, como o forró ou baião.
Composição
Sua composição é muito simples, trata-se de um 2/4. A frase musical é curta, assim: DUM TAKA TAKA
Mas afinal, se a composição é simples, por que a tradução do nome retoma a ideia de enrolar, embrulhar? Uma das explicações diz que ele é utilizado nas músicas de Melea Laff (dança do lenço enrolado). Outra justificativa: este ritmo é usado para entradas e saídas. Ou seja, ele introduz e finaliza a música e a passagem da bailarina, enquanto o centro da apresentação contém o recheio, ou seja, toda a técnica da dança. Por fim, há outra que faz referência aos famosos (e deliciosos) charutinhos, arroz e carne enroladinhos por repolho ou folhas de uva.
Características
Nas músicas de dança do ventre, pode ser tocado de forma rápida- no Melea Laff- muito acelerada ou lenta, como na dança do candelabro. Em geral, aparece em derbakes e em músicas clássicas. Também é possível encontrá-lo no meio das músicas, marcando a transição dos diferentes trechos melódicos. Apesar de ser usado em danças antigas e de origem folclórica, tal como o Hagalla e o Dabke, o ritmo é encontrado em músicas modernas e coreografadas para grupos.
Como treinar
Como sempre, comece pela frase simples e depois tente acelerar o ritmo.
Dicas de passos
Como já foi dito, o Malfuf aparece com frequência nas aberturas e finalizações de músicas clássicas e durante os derbakes. Por isso, a preferência é que a bailarina opte por fazer deslocamentos, mostrando leveza, agilidade e domínio do espaço. Sua forma acelerada permite fazer passos como passeio no bosque, caminhadas e giros.
Lembre-se: Você pode tocar os DUMs, TAKs e TAs com a sua mão principal (varia para destros ou canhotos) e os e KAs com a outra. Ou então marcar os DUMs com as duas mãos, enfatizando que são mais fortes.

*Maksoum
O Maksoum (maqsoum, maksum, maqsum) é o pai de todos os ritmos egípcios, segundo o músico Hossam Ramzy. Afinal, sua estrutura é semelhante a do Said, Chifttelli e, principalmente, a do Baladi. Cortado ao meio, ou partido ao meio é a tradução literal da palavra que dá nome a este ritmo muito utilizado em músicas no Egito, Síria, Norte da África, região do Golfo e Tunísia, onde também é conhecido como Duyek.
Composição
Você já sabe que a estrutura do Maksoum é muito parecida com a do Baladi. Agora vejamos porquê. A frase musical do Baladi é esta: DUM DUM TAKATA DUM TAKATA. O Maksoum não possui um dos DUMs inicial e tem uma pausa no meio do ritmo, tal como explica o músico Mario Kirlis (Bellydance instructivo com Mario Kirlis e Saida – DVD 1). Por isso também é chamado de Baladi um DUM. Daí o significado da palavra fazer alusão a algo partido.
Assim, a notação gráfica fica: DUM TAK (pausa) TAK DUM TAK
Uma forma floreada que pode assumir é: DUM TAKATA DUM TAKA (TAKA).
Características
É um ritmo de quatro tempos e existe uma variação mais rápida e mais lenta, na qual se torna muito semelhante ao Masmoudi. Dizem que o Baladi é uma forma folclórica deste ritmo. É muito usado em músicas modernas, solos de derbake e baladis. A pausa do meio da frase musical gera um acento mais forte no contratempo.
Como treinar
Treine o ritmo puro, com a ajuda de um CD , e depois tente encontrá-lo nas músicas. Repare que nem sempre ele aparecerá da forma simples e poderá receber variações e ficar floreado, principalmente no final da frase. Pode ser encontrado de diversas formas. Não se preocupe, nós alunas não precisamos conhecer todas elas. Basta saber a base para dançar e tocar nos snujs.
Dicas de passos
Explore o peitoral, além do quadril para fazer as tão importantes marcações de ritmo. A argentina Saida e o músico Mario Kirlis elaboraram um capítulo do DVD instrutivo de ritmos especialmente sobre o Maksoum. Veja como ela faz as marcações com o quadril, em especial com variações do básico egípcio, e como explora o contratempo e a pausa.
Lembre-se: Você pode tocar os DUMs, TAKs e TAs com a sua mão principal (varia para destros ou canhotos) e os e KAs com a outra. Ou então marcar os DUMs com as duas mãos, enfatizando que são mais fortes.

*Masmoudi
Você se lembra do ritmo Baladi? Pois bem, o Masmoudi lembra muito a composição deste ritmo quando tocado de forma lenta. Algumas fontes afirmam que é da Andaluzia, enquanto outras indicam que deriva da palavra “masmouda”, nome de uma região ao oeste de Marrocos. A tradução literal se refere a algo que se assemelha a uma base ou suporte, talvez por isso seja tão utilizado e apresente muitas semelhanças com outros ritmos.
Composição
Sua forma básica é de 8/4 tempos e é chamada de Masmoudi Kebir ou Grande Masmoudi (Masmoudi três DUMs). Quando este ritmo é tocado com tempo 4/4 é chamado de Masmoudi Saghir, Pequeno Masmoudi (Masmoudi dois DUMs). A notação gráfica é assim:
Masmoudi Kebir
DUM DUM TAKA TAKA TA DUM TAKA TAKA TA TAKA TAKA TA
Masmoudi Saghir
DUM DUM DUM TAKA DUM TAKA TAKA TAKA TAKA TA
ou
DUM DUM DUM TAKA DUM TAKA TAKA
Em resumo, repare que o ritmo é composto por duas frases de quatro batidas.
Características
O ritmo aparece em músicas clássicas, modernas e até em tribais e gawazzees. Na sua versão Kebir é longo, de oito tempos, e é mais utilizado em solos e em clássicas. É também conhecido como Masmoudi de Guerra, pois sua cadência é considerada mais agressiva. Desta forma, a velocidade diminui e a música fica com mais variações. Já o Masmoudi Saghir, é também conhecido como Masmoudi Caminhando, por ser um ritmo mais fluido.
Como treinar
Como se trata de um ritmo longo, você pode começar treinando a primeira frase e depois a segunda, separadamente. Aos poucos, treine a união de ambas, tocando sem parar a ligação. 
Dicas de passos
Na versão mais lenta é possível usar desde batidas laterais, para marcar com ênfase os DUMs e twists, até ondulações. Já na outra versão, você pode fazer deslocamentos com básicos egípcios para frente e atrás e marotos.
*Faixas do CD Jalilah’s Raks Sharki Vol 4

*Mugrabi
Mugrabi quer dizer mouro, marroquino, ou seja, o habitante do norte da África. Por isso, acredita-se que este ritmo tenha origem nesta região. Não encontramos muitas referências sobre este ritmo e resolvermos ser abusadas.
A partir do nosso pouco conhecimento a respeito de ritmos, decidimos ouvir diversas vezes para conseguir extrair a composição e suas características.
Características
Pela sua origem africana, percebe-se que cada nota é tocada com força. Por isso, é possível confundir os DUM com os TAK, mas nada como ouvir diversas vezes para conseguir diferenciar.
Costuma aparecer em músicas clássicas sendo confundido com o baladi.
Composição
Ritmo 4/4, começa como a maioria dos ritmos. Seu DUM inicial é seguiodo por um trio de TAs, mais um DUM e um TAK. Ele puro aparece assim:
DUM TA TA DUM TAK
Mas com floreios pode aparecer: TAKA TAKA DUM TATA TADUM TAK
Como treinar
Pegue seus snujs e bata com as duas mãos na hora de marcar os DUM e intercale com a direita e a esquerda os TA e os KA. Se preferir, pode treinar com batidas no quadril tanto para marcar um toque como todos.
Dica de passos
Para facilitar o entendimento deste ritmo (pois foi muito difícil encontrar referências), selecionamos um vídeo da bailarina argentina Saida. O nome da música também é Mugrabi. Quem souber mais informações a respeito deste ritmo ou notar que escrevemos algo errado, por favor, deixe nos comentários.

*O ritmo Said
Saidi, Said ou Saidee? As grafias são muitas, mas o ritmo é o mesmo. Geralmente é o primeiro ritmo que é ensinado nas aulas de dança do ventre porque ele está presente na maioria das músicas. Segundo o site do músico Pedro Françolin, é uma variação de outro ritmo, o Maksum. Por isso, também é chamado de “maqsum said” e leva esta nomenclatura por que se originou da região de Said, localizada no alto Egito.
Composição
É um ritmo de compasso 4/4, formado por um DUM inicial e dois DUMs no meio da frase. Assim, sua forma é o contrário do Baladi, em que os DUMs estão no início. A frase fica assim, se tocada completa:
DUM TAK DUM DUM TAKATA
Características
O ritmo tem marcações bem fortes, é vibrante e alegre. Acompanha instrumentos de percussão (tabla, derbake ou dumbek), rababa (violino) e omizmar (flauta). Aparece em músicas modernas, clássicas, solos de derbake ou folclóricas. Na dança da bengala ou do bastão, a bailarina precisa usar um vestido que cubra o corpo ou túnicas, conhecidas como galabias, retomando um pouco da origem da dança.
Como treinar
Comece a tocar os snjus pela frase simples: DUM TAK DUM DUM TAKATA. Quando conseguir agilidade, coloque um TAKA no final, para fazer a emenda com o início do ritmo novamente: DUM TAK DUM DUM TAKATA TAKADUM TAK DUM DUM TAKATA. Treine o ritmo puro, com a ajuda de um CD, e depois tente encontrá-lo nas músicas. Repare que nem sempre ele aparecerá da forma simples e poderá receber variações e ficar floreado.
Dicas de passos
Você pode abusar de batidinhas de quadril para fazer as marcações. Como retoma e representa a vida cotidiana, relaxe um pouco a postura ereta dos braços usados nas músicas clássicas e descer da meia ponta em alguns momentos. É um ritmo bem alegre e marcado e você pode fazer saltinhos – alguns típicos do Said foclórico- redondos, tremidinhos e jogos de ombro. Não esqueça de sorrir bastante e brincar com o público!
Lembre-se: Você pode tocar os DUMs, TAKs e TAs com a sua mão principal (varia para destros ou canhotos) e os e KAs com a outra. Ou então marcar os DUMs com as duas mãos, enfatizando que são mais fortes.

*Samahi
Não se sabe ao certo se  o Samai (samaai, samahi, samaaiat) é da Turquia ou do Egito. Sua origem não importa tanto, mas sim o que ele significa. Em árabe, samai é escutar.
Características
O Samai costuma aparecer em músicas clássicas egípcias e nas músicas sufi turcas. Sua delicadeza deixa a música mais rica e encantadora. É um ritmo  lento, mas muito complexo.
Composição
Este é um ritmo com composição 10/8, dividido em três partes. A primeira e a terceira têm 3 tempos enquanto que a segunda possui 4.
Puro, aparece assim:
DUM TAKA TAKA TA TAKA DUM DUM TA
Floreado, aparece como:
DUM TAKA TAKA TAKA _ TAKA TAKA DUM TA DUM  _ TAKA TAKA TAKA
Como treinar
É extremamante difícil encontrar alguém que dance o samai tocando snujs, mas estes instrumentos são ótimos para praticá-lo e entender as partes do silêncio e onde marcar mais forte.
Voocê pode marcar os DUM com as duas mãos para dar mais impacto e revezar o TA na mão direita e o KA na esquerda. Sinta-se à vontade para fazer invertido.
Se preferir praticar dançando, marque os DUM com algumas batidas secas e nos TA e KA, faça movimentos suaves.
Dica de passos
Como este ritmo aparece em músicas clássicas, aproveite para fazer os passos mais antigos da dança do ventre como oitos e se for fazer tremidinhos, que sejam leves.
 Dançar o samai é inspirar-se nas origens. Oitos, camelos, pivôs, movimentos de braços e pernas devem ser feitos de forma tranquila.
Como o próprio nome do ritmo sugere, escute a batida com o seu próprio corpo e boa dança!

*Sombati
 O sombati é um instrumento de percussão com tamanho intermediário entre o derbake e a dohola. Porém, a palavra também designa um ritmo musical e nós estamos aqui justamente para falar sobre ele.
Assim como outros ritmos, o Sombati é uma variação do Maksoum. Lembra-se dele, considerado o “pai de todos os ritmos”? Apenas relembrando então: a notação gráfica base do Maksoum é DUM TAK (pausa) TAK DUM TAK.
Composição
Tendo a referência do Maksoum é mais fácil compreender a formação do Sombati. Sua forma simples é escrita como DUM TATA DUM TA. Agora compare os dois ritmos e perceba que a diferença essencial está na pausa entre os dois TAKs. Isso significa que o Sombati assume uma forma um pouco mais acentuada do que o Maksoum quando tocado.
Características
Este é um ritmo de compasso de 4/4 e pode ter variações lentas ou rápidas. Em geral, nas versões lentas aparece em taqsims. O músico Vitor Abdu Hiar afirma em seu site que este ritmo representa o trote de um cavalo em marcha. É muito comum encontrá-lo em composições ocidentais, em especial em trilhas sonoras como a música tema do filme Lawrence da Arábia.
Como treinar
A dica, como sempre é começar pelo ritmo puro, que é simples. Ouça bastante faixas do ritmo e, aos poucos, comece a tocar os snujs pelos DUM e só depois insira os TAKs. Esta é, aliás, uma ótima maneira de treinar a passagem do DUM para o TAK.
Dicas de passos
A principal dica aqui para não cometer erros é lembrar das marcações comuns no Maksoum e ir pelo mesmo caminho, lembrando de fazer as adaptações necessárias para manter o ritmo Sombati. Repare que neste ritmo não há pausas.

*Soudi
O Soudi é um ritmo da região do Golfo Pérsico, em especial da Arábia Saudita. Também conhecido como Aadany, o nome original Saudi remete ao país e ao grupo Al-Saud. É possível encontrá-lo no Bahrain, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Qatar, Oman e Yemen.
Características
O Soudi é um dos ritmos mais conhecidos da dança chamada Khaleege (khaleegy, khaliji, kalige).
Esta dança folclórica sofreu uma distorção quando chegou ao Brasil. Na época, o ritmo que trouxeram e os passos não correspondiam ao que era chamado de Khaleege.
Se você encontrar, por exemplo, uma bailarina fazendo gestos e colocando o pulso na testa, no peito, fazendo movimentos com as mãos nos braços, como se estivesse se limpando ou livrando de algo pense duas vezes. Na verdade, esta é apenas a representação de uma música e não são passos básicos do Khaleege.
Composição
O ritmo é bem simples e curto, em compassso 2/4. Pode ser tocado de forma acelerada ou lenta. Conforme a região pode apresentar outra forma, mas sempre apresenta acentos fortes nos DUMs, enfatizando a dança Khaleege. Sua formação básica é DUM KA DUM KA ou DUM TA DUM TAKATA. Na nossa pesquisa, também encontramos outras variações, tais como:
DUM KA KA DUM KA KA TA KA
DUM KA KA DUM KAKA TA KA
DUM KA DUM KATAKA
Como treinar
Você dificilmente irá se apresentar com snujs e tocando o Soudi. Treine com o mesmo modelo de sempre. Bata o DUM com a mão direita ou com ambas as mãos, o TA com a esquerda e o KA, com a direita. Ou inverta, se você for canhota.
Dicas de passos
O passo mais comum de ser encontrado em uma música com o ritmo Soudi é o básico do Khaleege. Coloque o peso sobre a perna da frente e balance o corpo com o pé de trás na meia ponta, como se fosse um manquinho. Lembre-se de fazer fortes marcações nos DUMs e leves nos TAs. Especificamente no Khaleege você também pode balançar os cabelos de um lado para o outro.

*Wahda wa noz
Wahda wa noz também é chamado de Wahda we noss, Wahda wa nos,  Wahd we noss e Wahd wa noss.  São diversas formas de nomeiá-lo, mas em português, significa “um e meio”.  Este ritmo originou-se na Líbia e lembra o caminhar de um camelo.
Características
Recebeu este nome porque tem uma marcação forte no início.  No meio das batidas, é possível acrescentar floreios.
Quando é tocado, lembra o andar sinuoso do camelo e é geralmente relacionado à dança da serpente, por causa dos movimentos sinuosos que pede.
Alguns músicos dizem que o Wahda wa noz egípcio corresponde ao Chiftetelli turco e grego, mas com uma certa variação.
Composição
Possui compasso 8/4. E aparece assim DUM TAKA TAKA DUM DUM TA, na sua forma mais simples, mas no meio das batidas é possível florear bastante. Por isso, muitas pessoas o confundem com ritmo Chiftetelli, que foi ao ar na semana passada.
Wahda wa noz floreado: DUM TAKA TAKATA TAKA DUM TAKA DUMTAKATA.
Nesta variação, o acento forte aparece no primeiro, quinto, sexto e sétimo compasso. Geralmente, o terceiro é uma pausa que não é marcada pela bailarina.
Existe uma variação do Wahda wa noz, chamada Wahd, metade do ritmo, com composição 4/4.  Fica assim: DUM  DUM TAKA DUM. Percebem como aparece só a parte mais forte do ritmo completo?
Como treinar
É muito difícil encontrar uma bailarina que dance o Wahda wa noz tocando os snujs, mas para treinar este ritmo, bata o DUM com a mão direita, o TA com a esquerda e o KA, com a direita.
Se isso ficar confuso por causa do DUM e o KA na mesma mão, bata os dois snujs para marcar o DUM mais forte e intercale o TA e o KA entre as mãos direita e esquerda.
Geralmente, aprendemos este ritmo marcando- o com o corpo no lugar de usar snjus. Aí vai da criatividade da bailarina para fazer as marcações. A dica é marcar somente os acentos mais fortes.
Dica de passos
O Wahda wa noz costuma aparecer em músicas clássicas e taksins. Mas pode marcar presença em solos de derbake momentos antes de outro ritmo acelerar a dança da bailarina.
Como ele lembra um andar de camelo, aproveite para fazer movimentos sinuosos. Camelos, oitos e pivôs caem perfeitamente. Os braços são muitos usados, ainda mais porque quase toda música escolhida para a dança da serpente, este ritmo aparece.
Por isso, com a cobra ou não, movimente os braços bem sinuosos e delicados.
Se quiser marcar o ritmo, enfatize somente os acentos mais fortes. Você pode, por exemplo, marcar o primeiro DUM, fazer um camelo e marcar os dois DUMs finais. Use a criatividade e lembre-se de manter a introspecção.

*Vals
Se você leu o nome deste ritmo e pensou nas tradicionais valsas, acertou. O vals (valsa, valz, yuruk sammai, turk samaai sari, al vals ou swat khaliji) é um ritmo cuja origem pode ser da Grécia ou da Turquia.
Características
O vals parece mesmo uma valsa ocidental e costuma aparecer em músicas clássicas e modernas. Sua prinicipal característica é a contagem de tempo em número ímpar.
Composição
É um ritmo 3/4 que tem apenas um DUM inicial. Puro, ele aparece assim DUM TA TA, mas como todo ritmo, pode ser tocado floreado: DUM KATA KATAKA.
Como treinar
Mesmo esquema de todos os ritmos. Segure os snujs, com uma mão, toque o dum e com a outra o TA. Se quiser tocá-lo floreado, deixe o DUM para tocar com as duas mãos e os TA e os KA, bata com uma mão de cada vez.  Como é um ritmo 3/4, fique atenta à pausa dele. Ouça o ritmo puro abaixo.
Dica de passos
Ótimo ritmo para entradas de músicas clássicas. Use e abuse de deslocamentos como andadas, passeio no bosque e chassés. Busque todas as referências clássicas da dança do ventre e coloque neste ritmo.
Se quiser, véu é muito benvindo e fica um charme. Não esqueça da postura impecável e a expressão deve ir de acordo com a música. Deixe-se levar por este ritmo e pense nos grandes casais que dançam a valsa nos concursos de dança de salão.
*Vox
O ritmo vox (foks ou fox) é conhecido por ser uma marcha. Não é um ritmo árabe, mas sim uma variação do foxtrot (presente na música moderna ocidental) que começou a ser usado por compositores egípcios como Mohamad Abdel Wahab.
Normalmente aparece nas entradas das músicas clássicas e é constante e acelerado.
Composição
É um ritmo 2/4 que pode ser tocado seco ou sem interrupção. Seco ele aparece como DUM TA. Ininterrupto fica como DUM TA KA…DUM TA KA….
Para entender esta diferença, veja como cada um aparece.
Como treinar
A regra continua a mesma: com as duas mãos bata os snujs para fazer o DUM e varie a mão direita e esquerda com os TA e os KA. Mas o legal deste ritmo não é tocá-lo, mas caminhar dentro da sua composição. Aproveite todos os passos de deslocamento que você aprendeu nas aulas, principalmente os de entrada entre neste ritmo.
Dica de passos
Deslocamentos como se estivesse desfilando, ou seja, caminhe lindamente e deixe os chassés de lado. Postura triunfante sempre. Se quiser, pode usar véu para ficar ainda mais grandiosa.

*Zaffa
El zaffa, zaffe, zaffet ou zaffah significa algo como “procissão”. É também o nome de um ritmo egípcio muito utilizado em músicas de cerimônias de casamento para acompanhar o cortejo, também chamado Zaffa, em que os noivos são seguidos por uma espécie de procissão.
Em geral, os músicos tocam Mazhar e Daff, enquanto dançarinos fazem apresentações e os familiares acompanham caminhando. É uma festa, portanto, a música é animada e as mulheres fazem o tradicional grito chamado zagharit, agitando a língua falando ” li li li”.
Características
O ritmo é muito utilizado no Egito e em outras regiões no norte da África. A principal característica do zaffa é uma pausa, feita sempre no final da frase musical. Isso faz com que a cadência lembra a de uma marcha.
O músico Vitor Abud Hiar afirma que é possível unir dois períodos, ou seja, duas dessas frases e adicionar um TA no final, sempre lembrando de manter a pausa no final.
Composição
Este é um ritmo 8/4. Sua forma grafada é simples, mas permite fazer uma série de variações.
A base fica assim: DUM TAKATA TA DUM TA TA (pausa)
Na frase duplicada e contínua, repare como a pausa ainda é obrigatória:
DUM TAKATA TA DUM TA TA TA DUM TAKATA TA DUM TA TA (pausa)
Como treinar
O ritmo é bem simples. Basta pegar os snjus e caprichar no treinamento. Lembre-se de que os DUMs são tocados, em geral, com a mão direita (ou com ambas as mãos), assim como os TAs. Os KAs são tocados com a outra mão. Se for canhota, simplesmente inverta e ficará mais fácil de acompanhar.
Dicas de passos
É muito comum que na cerimônia Zaffa as bailarinas estejam dançando dançando candelabros ou tacinhas. Desta forma, representam a iluminação do caminho do casal. Por isso, os passos utilizados são lentos, marcados por ondulações como oitos e camelos.

Texto retirado Cadernos de Dança