quarta-feira, 13 de abril de 2011

A meia ponta - essencial na Dança Clássica Oriental


Bases primordiais para uma meia ponta estruturada
Os princípios deste texto partiram da colaboração maravilhosa de Sasha Holtz.
1. Imagine que as costelas (os ossinhos do tronco) formam uma gaiola e dentro dela tem um passarinho. Se você fechar a gaiola demais, ou seja, não segurar o tronco, você mata o passarinho. E se você abrir demais, deixar os ombros abertos demais, ultrapassando a linha limite, o passarinho vai sair.
Tem que deixar o passarinho dentro da gaiola, mas sem matá-lo!!!
2. Imaginar que nas axilas vivem dois amiguinhos, o Kiko de um lado, e a Keka do outro, e para mantê-los vivos deve deixar que eles respirem.
3. Para deixa-los respirar deve-se deixar os braços descolados das axilas. Se ficarem grudados vai acabar matando de asfixia estes moradores, e não é esse o nosso objetivo.( NÃO CUSTA UM POUQUINHO DE HUMOR!!)
4. Asas de urubu (péssimo exemplo): o urubu de vez em quando abre as asas e as deixa assim para que sequem, com o peso elas começam a cair, além de o urubu já ter um péssima postura com ombros arqueados, fazendo suas asas parecerem mortas.
5. Asas de águia (um bom exemplo): a águia já nasceu com uma certa postura, peito aberto, braços alongados que são percebidos ao vê-la voar. Pensar em manter os braços como as asas e uma águia “abertos e alongados”.
Posições dos pés e pernas
O ballet foi baseado na concepção de que ao virar os pés e as pernas pra os lados externos do corpo, isto é, para fora, não somente se conseguia atingir mais estabilidade e maior facilidade na movimentação, como também maior beleza de linhas.Essa concepção é chamada de en dehors (para fora), o que é adquirido lentamente sem ser forçado.
Não se deve pedir a alunos principiantes um perfeito en dehors antes de seus músculos estarem aptos a executá-los sem demasiado esforço. Porém, este movimento antinatural deve se tornar para um bailarino uma segunda natureza.
Portanto, no ballet, o princípio básico mais importante é o de aprender a virar as pernas, que em sua posição normal estão para a frente, para os lados, com a ponta dos pés para fora, os calcanhares para dentro, os joelhos e as coxas acompanhando as pontas dos pés.
É importante adquirir a facilidade de virar as pernas en dehors a partir da coxa até o pé, sem a ajuda dos quadris e do corpo. Porém, não é recomendável forçar demais os principiantes para evitar defeitos posteriores nos pés e nos joelhos.Para tudo isso, porém, é também necessário uma boa colocação dos pés, que devem estar relaxados e com o peso do corpo bem distribuído (sem deixá-los cair nem para um lado nem para o outro).
Distribui-se o peso do corpo em cima do pé tomando como ponto de apoio o seu meio. Além disso, quando no ar, o pé deve estar extremamente esticado, sendo que as pontas dos dedos vão para baixo forçando assim o calcanhar para fora (frente).
En Dedans - Para dentro. Em passos e exercícios o termo en dedans indica que a perna, à terre ou en l'air, se mexe em movimento circular em sentido anti-horário de trás pra frente
En Dehors - Para fora. Em passos e exercícios o termo en dehors indica que a perna, à terre ou en l'air, move em uma direção circular, em sentido horário de frente pra trás.
Relevé - Elevado. Uma elevação do corpo em pontas ou meia pontas, ponta ou meia -ponta. Foi feita seqüência de oito tempos, segurando na meia ponta durante 2 tempos, depois quatro. E etc. Utilizamos também troca de peso, sustentar numa perna só para ajudar no equilíbrio para os arabesques.
Tendu - esticado. Termo utilizado quando para designar um movimento em que uma das pernas é esticado. Foi feito exercícios indo frente, lateral e trás. Importante lembrar: trajetória do pé, o dedão (ou melhor os dedos) são os últimos a sair do chão, o pé sai como que lambendo, e na volta é o contrário, o calcanhar é o último a encostar no chão.
Giros
Souteni – sustentado. É quando sai normalmente de sua posição para girara sobre si mesmo. O passo pode ser feito para as laterais ou para frente (utilizado na dança do ventre em seqüências com arabesque).
Chainés - Uma série de voltas rápidas na ponta ou demi-pointe feitos em linha reta dentro de um círculo.
Literatura de Ballet - Indicações
Dicionários:
  • Dicionário de Ballet – Madeleine Rosay – Editora Nórdica
  • Dicionário de Ballet e Dança – Antonio José Faro e Luiz Paulo Sampaio – Jorge Zahar Editor
História dos Grandes Ballets
  • Giselle e outras histórias de Ballet I – Luiza Lagoas – Editora Nórdica
  • Carmem e outras histórias de Ballet II - Luiza Lagoas – Editora Nórdica
  • Sílvia e outras histórias de Ballet III - Luiza Lagoas – Editora Nórdica
  • Ballet Uma Arte – Dalal Achar – Ediouro: “É uma enciclopédia, tem nomenclatura, histórias dos ballets, sobre a dança, as coreografias, o mundo do ballet, um capítulo sobre a alma na dança, além de noções de música clássica, glossário e algumas bibliografias sobre grandes nomes como Martha Graham, Nijinsky, Fokine e outros.” - Sasha Holtz
  • Ana Botafogo Na Magia do Palco - Ana Botafogo e Suzana Braga – Editora Nova Fronteira: “É o 1o. Livro da Ana.Ela conta a história do ballet e juntamente a sua, os primeiros passos, o reconhecimento, as derrotas, as dificuldade e os obstáculos durante sua carreira. Conta também as histórias dos Grandes Ballets que dançou em sua carreira, e o seu envolvimento com os papéis, o trabalho de interpretação, de se deixar viver na pele da personage. Enfim, todo o trabalho por trás dos bastidores, entre ele e o coreógrafo,ou ela e um mestre. É uma viagem junto com a Ana” - Sasha Holtz
  • Ana Botafogo na ponta dos pés , a trajetória de uma estrela - Baseado em entrevistas para Leda Nagle e Dalal Achar – Editora Globo. “Nesse 2o. livro, Ana nos leva para o mundo do Ballet onde se desenrola o dia-a-dia de uma bailarina. Não deixa de ser o mundo de `glamour` que nos vem á mente, mas o mundo de árduas batalhas diárias, do medo de um novo desafio, dos medos de qualquer grande estrela, dos ensinamentos sutis de grandes mestres. É uma lição não só de dança, mas de persistência e amor á arte” - Sasha Holtz
  • Márcia Haydée – Uma Vida para a Dança - Telma Mekler e Márcia Haydée – Relume Dumará - “É um dos livros que guardo comigo com certo carinho para de vez em quando abri-lo e ler alguns trechos, devido aos grandes ensinamentos que foram transmitidos á Márcia e que ela transmite nesse livro.Ela conta sua trajetória desde que deixou o Rio em busca de uma oportunidade no exterior. Mostra como é vida árdua de uma artista em início de carreira, mas o mais sábio de sua trajetória é quando ela conhece Cranko (John), o coreógrafo que a levou para o Stuttgart, e que a transformou em “ Musa Inspiradora”. Foi ele quem acreditou no potencial dela e a fez crescer, tanto que muitos chamavam-a na época de“ A Bailarina de Cranko”. Além disso ela conta a época em que trabalhou com Maurice Béjart, e seu envolvimento com os homens de sua vida, como seu avô, Maurice, Cranko, Jorge Donn e outras que sempre estiveram ao seu lado tanto nas horas boas como nas ruins. Uma das coisas que aprendi é o que um mestre faz. Os mestres são aqueles instrumentos divinos que sabem desenvolver um talento quando o encontram, fazendo com que estes se libertem do físico, colocando o sentimento, e emoção e sobretudo á entrega de alma no palco. (sorte dos talentosos que os encontram!). Como diz Béjart “ Eu não ensinei nada para a Márcia. Somente ajudei-a a se liberar” - Sasha Holtz
  • Memória do Sangue – uma autobiografia de Martha Graham - Martha Graham – Editora Siciliano. “Martha nos leva para o seu mundo, o mundo de suas inspiraçõe e, de sua trajetória. Nos conta o que ensinava aos seus discípulos, a essência que a movia, como os ensinava á umtrapassar os obstáculos que se levantavam. Para mim é um livro de ensinamentos e de descobertas, aprendo cada vez mais com suas lições.” - Sasha Holtz
Fonte: Shangrila House- Lulu Sabongi

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