quinta-feira, 30 de maio de 2013

Dança do Ventre é aliada no tratamento do câncer de mama!!!


Aulas são oferecidas para pacientes do Hospital das Clínicas de Botucatu. 
Dança, por ser muito feminina, ajuda na recuperação da autoestima.

A dança do ventre é a mais nova aliada do tratamento do câncer de mama realizado na Unesp de Botucatu (SP). Por ser essencialmente feminino, esse estilo trabalha com o corpo da mulher como um todo e o foco da doença acaba ficando em segundo plano.
De acordo com os especialistas, esse "desvio" de olhar tem aumentado a autoestima das pacientes e refletido diretamente na imunidade delas. Maria Aparecida de Jesus fazem parte da primeira turma de dança. Ela tem só 27 anos e teve que enfrentar a doença com quimioterapia, mesmo assim, perdeu a mama direita. Com ela foi embora também a autoestima. “Quando eu sai da cirurgia eu só olhava para minha mama, queria saber dela e só chorava o dia todo. Só pensava na reconstrução da mama”, conta a aluna.
Dança do ventre é oferecida para as pacientes do HC (Foto: reprodução/TV Tem)Dança do ventre é oferecida para as pacientes do
HC (Foto: reprodução/TV Tem)
E literalmente ela não conseguia se enxergar. Depressiva, Maria chegou a tirar todos os espelhos de casa, mas na sala de aula não teve jeito. Precisou se olhar novamente.
“Quando eu cheguei na aula vi um baita de um espelho e pensei ‘Meu Deus’ e pensei ‘vou ter que me encarar de frente’ e foi muito difícil”, completa.

“Eu vim de curiosa e pensei que num ia dar certo e logo no primeiro dia, a professora já me colocou para dançar e foi contagiante. É uma dança lenta no início e com passar do tempo vai aumentando o ritmo, eu fui percebendo que conseguia fazer, acho que isso que estimulou.”
Maria Emília Pereira também teve o câncer, mas não teve que tirar toda a mama. Apenas a parte afetada pela doença foi retirada. Mesmo assim, a depressão é inevitável. Na dança do ventre ela encontrou uma forma de se achar bonita outra vez.
Nas aulas, as participantes aprendem a se olhar novamente no espelho  (Foto: reprodução/TV Tem)Nas aulas, as participantes aprendem a se olhar novamente no espelho (Foto: reprodução/TV Tem)
O projeto faz parte de uma pesquisa desenvolvida por profissionais da Unesp, em parceria com a Famesp, fundação médica que apoia os serviços de saúde. A educadora física Sônia Regina Augusto teve contato com um projeto parecido na capital e foi aí que resolveu trazer as aulas para as pacientes do Hospital das Clínicas de Botucatu. Um dos objetivos é fazer a mulher lembrar, que além da mama, tem o resto do corpo.
“A dança do ventre é uma dança feminina e por ser uma dança que trabalha a divisão do corpo, as mulheres precisam se tocar, conhecer cada uma das partes do corpo, dessa forma a atenção delas se volta para outras partes e não fica só focada na mama”, explica.
Maria Emília precisou tirar parte da mama após o câncer (Foto: reprodução/TV Tem)Maria Emília precisou tirar parte da mama após o
câncer (Foto: reprodução/TV Tem)
Antes de começar as aulas, as alunas precisam passar por uma avaliação. Algumas delas apresentam limitação no movimento dos braços, por causa da cirurgia. É aí que entra outra terapia complementar, que é a fisioterapia. “Quando é feita a mastectomia total, são afetados alguns músculos peitorais e elas ficam com a limitação de movimentos e sentem dor. Com a fisioterapia, que deve ser iniciada após a cirurgia, é possível recuperar os movimentos e a qualidade de vida diária das pacientes”, destaca a fisioterapeuta Samira Luvizutto Rosalem.
Para o médico responsável pelo setor que trata o câncer de mama no Hospital das Clínicas, a terapia da dança não ajuda só na autoestima, mas, o tratamento da paciente também melhora. “O tratamento não pode levar só em conta o câncer, tem que ser avaliada a parte psicológica, que estando bem ajuda no aumento da imunidade e em uma melhor maneira de se combater esse câncer que ela está enfrentando”, ressalta o mastologista José Ricardo Gonçalves.
Maria Aparecida confirma esse bem-estar. “Quando eu chego em casa triste, com vontade de chorar, eu coloco o CD da aula e é como se passasse a dor, tudo fica melhor, sai aquele estresse, a raiva, eu começo a danças e esqueço tudo”, finaliza.
Fisioterapia ajuda na recuperação dos movimentos que fazem parte da dança (Foto: reprodução/TV Tem)Fisioterapia ajuda na recuperação dos movimentos que fazem parte da dança (Foto: reprodução/TV Tem)












                                                                                                                                       Fonte:G1 

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